A ABRAPA subscreveu a Declaração da Cúpula da América Latina e do Caribe para o Fortalecimento das Associações de Psicologia, onde são reconhecidos importantes pontos de aproximação e colaboração entre essas entidades. Acesse o documento: https://drive.google.com/file/d/1XkzRIloTPPmqjZpemKBkLq_jJ8W3rsr7/view?usp=sharing
À Profa. Dra. Raquel Souza Lobo Guzzo
Presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Psicologia
Prezada Professora Raquel,
Gostaríamos de parabenizar e agradecer à Diretoria da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-graduação em Psicologia (ANPEPP) pelo convite ao professor Bernardo Jiménez-
Dominguez, da Universidad de Guadalajara-MX, para proferir a conferência de abertura do
18o Simpósio de Pesquisa e Intercâmbio Científico. É um reconhecimento da dimensão
ambiental como parte importante do entendimento da pessoa em sua totalidade e
interações.
O tema abordado pelo professor, sob o título de 'Sostenibilidad, justicia social y su inclusión
transversal en la intervención psicosocial', ressalta o avanço da Psicologia Brasileira em
considerar a dimensão ambiental como aspecto inexorável da existência humana. Da
mesma forma que um ambiente dócil favorece a promoção da saúde integral, sua
destruição compromete o bem-estar físico e mental.
É do conhecimento de todos que o Brasil enfrenta um momento delicado em termos da
preservação da sua diversidade biosociocultural, com ameaças expressivas à fauna e flora,
aos povos e comunidades tradicionais, ao cuidado com as cidades e à diversidade cultural
como um todo. Em particular, a COVID-19, o desmatamento e as queimadas criaram um
contexto de destruição e vulnerabilidade sem precedentes em nosso país, que
evidenciaram e acentuaram as desigualdades socioambientais.
Colocar esse tema no centro do debate é mostrar que a ANPEPP está sintonizada com os
desafios que são de todos nós, pesquisadores, cidadãos, seres humanos que habitam esse
planeta e não apenas daqueles que se dedicam a seu estudo. Além disso, destaca que essa
situação de destruição ameaça não apenas a natureza e o ambiente ou mesmo as
populações locais, tradicionais e indígenas, mas a própria democracia e a continuidade da
nossa existência.
Reiteramos nossas congratulações e agradecimentos por esse importante momento do
evento e desejamos que essas reflexões ecoem em cada membro da ANPEPP e na
sociedade como um todo.
Atenciosamente,
Professora Doutora Zenith Nara Costa Delabrida
Presidente da Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente
(ABRAPA)
Professora Doutora Claudia Marcia Lyra Pato
Coordenadora do Grupo de Trabalho em Psicologia Ambiental da Associação Nacional de
Pesquisa e Pós-graduação em Psicologia (GT PA - ANPEPP)
10 de outubro de 2020
Link de acesso à palestra do professor Bernardo Jiménez-Dominguez: https://www.simposio2020.anpepp.org.br/conteudo/view?ID_CONTEUDO=455
A Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente (ABRAPA) repudia a atitude do Sr. Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles manifesta em vídeo da Reunião Ministerial Federal de 22 de abril de 2020. Nessa ocasião, declarou seu posicionamento de aproveitar a pandemia da Covid-19 para aprovar medidas que vão na contramão do objetivo para o qual foi criado o referido ministério e de suas responsabilidades como um Ministro de Estado.
A ABRAPA surgiu no esforço conjunto de pesquisadores e profissionais que visam estabelecer uma relação sustentável com o ambiente, entendendo que o cuidado com a diversidade da biosfera é um cuidado com os seres humanos. É inaceitável que, em um momento de crise como o que estamos vivendo, seja prioridade do Ministro a aprovação de regulamentação que fere o interesse de proteção ambiental. Esperamos que tais declarações sejam analisadas pelas instituições competentes e que as devidas medidas sejam tomadas ou aplicadas.
25 de maio de 2020
ABRAPA, através de sua Diretoria
ABRAPA assina nota pública para a priorização da bicicleta em tempos de COVID-19.
Reconhecendo seu compromisso socioambiental, a Associação Brasileira de Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente (ABRAPA) assinou nota pública emitida pela União dos Ciclistas do Brasil (UCB) que recomenda ao poder público, na cidade de São Paulo, o investimento em ações voltadas para a priorização da bicicleta.
O uso da bicicleta representa uma série de benefícios, especialmente em tempos de pandemia, por exemplo:
Frente a todos estes benefícios, a ABRAPA apoia essa iniciativa de encorajamento ao uso da bicicleta, bem como a formulação de políticas em todo o Brasil visando a saúde dos cidadãos e a democratização do uso do espaço público neste momento e após a pandemia.
Nesse endereço pode ser encontrada a Nota Pública: A Bicicleta no Pós Coronavírus e as associações/instituições que a apoiam: https://drive.google.com/file/d/1C2m4Zn19HBkSQ7zmH-jOZj8HMuUwQIU5/view?usp=drivesdk
25 de maio de 2020
A ABRAPA lamenta o ocorrido e se une a todos que estão sofrendo as consequências do vazamento de óleo no Nordeste. A presente nota tem a função de expressar nossa preocupação com a situação e dar orientações à população e órgãos públicos diante da ocorrência do desastre socioambiental.
O litoral do nordeste brasileiro tem recebido, há mais de 60 dias, constantes ondas de óleo derramado no oceano Atlântico. Até o momento não se sabe com certeza a fonte do derramamento, que já atingiu 9 estados nordestinos, mais de 80 municípios e mais de 200 localidades. Este está sendo considerado o maior desastre ambiental brasileiro e tem consequências sistêmicas já que afeta o ambiente marinho, seus animais e, consequentemente, os seres humanos. Vale destacar que o óleo contém substâncias que podem ser cancerígenas, como o benzeno. Essas substâncias fazem com que plantas e animais sofram as consequências da intoxicação, bem como que animais morram sufocados. O óleo está impactando não apenas o mar, mas manguezais, recifes de corais, estuários, as populações pesqueiras e ribeirinhas, as quais veem suas condições de subsistência afetadas, bem como os usuários das praias, sejam eles moradores das cidades litorâneas ou turistas. Todo um ecossistema foi impactado, prejudicando os seres humanos, a fauna e a flora.
A Psicologia Ambiental entende a relação pessoa-ambiente como interdependente. Sendo assim, as ações humanas impactam o meio, que, por sua vez, impacta a vida humana e dos demais seres vivos. Então, é oportuno reforçar que desastres como esse podem ser minimizados caso haja planejamento e fiscalização, assim como uma gestão integral de riscos e desastres, de modo a englobar as etapas de monitoramento, mitigação, reconstrução e resposta ao desastre. Neste caso, a implantação rápida do Protocolo de Contingência que foi estabelecido no Plano Nacional de Contingência para Incidentes de Poluição por Óleo em Águas sob Jurisdição Nacional (Decreto 8.127 da Presidência da República) poderia ter diminuído a quantidade de óleo que tem chegado às praias. Além disso, orientações precisas a respeito dos impactos do óleo e seu manejo se fazem necessárias para que a população possa auxiliar de forma a não se expor a riscos e não promover uma contaminação maior.
Os efeitos finais dessa tragédia são difíceis de precisar neste momento. Isso porque os locais afetados fazem parte do cotidiano das pessoas e têm a função de acolher as atividades diárias, oportunizar prazer e lazer, além de contribuir para a constituição da identidade dos indivíduos que residem próximos às áreas costeiras e litorâneas. Destarte, entende-se que os locais de trabalho, convivência, lazer, bem como as redes comunitárias e os modos de subsistência, assim como a preservação dos recursos naturais são elementos cruciais para a manutenção da saúde física e mental dos seres humanos.
Assim, salienta-se a importância da participação social. Sugere-se uma postura ativa em prol da garantia dos direitos humanos e da defesa do meio ambiente por meio de reuniões contratuais com o Ministério Público, Proteção e Defesa Civil, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), a fim de que ocorram medidas mitigatórias eficazes frente ao desastre socioambiental. Salienta-se a importância do Plano de Contingência de modo que haja uma articulação tripartite entre as políticas públicas.
Tal desastre traz à tona a discussão de como integrar interesses econômicos, sociais e ambientais de forma sustentável. Essa pauta deve ser parte de um processo de revisão do manejo ambiental e social para que outras tragédias como esta não voltem a acontecer ou que, sendo inevitáveis, tenham seu manejo otimizado para diminuir seus impactos. A ABRAPA declara seu compromisso em contribuir para uma sociedade brasileira com práticas ambientais e sociais sustentáveis e que leve em consideração a produção do conhecimento científico no processo de gestão, assim como buscará contribuir para a garantia dos direitos humanos e a defesa do meio ambiente.
Dezembro de 2019
Diretoria ABRAPA
A ABRAPA lamenta o ocorrido e se une a todos que estão sofrendo as consequências do rompimento da barragem. A presente nota tem a função de expressar solidariedade.
É oportuno reforçar que desastres como esse podem ser evitados caso haja planejamento e fiscalização, assim como uma gestão de riscos e desastres, de modo a englobar as etapas de prevenção, mitigação e resposta ao desastre. O impacto da lama é visível na vegetação, nas casas, no rio. No entanto, de forma menos visível, todo um ecossistema foi afetado, prejudicando os seres humanos, a fauna e a flora. A Psicologia Ambiental entende a relação pessoa-ambiente como interdependente. Sendo assim, as ações humanas impactam o meio, que, por sua vez, impactam a vida humana e dos demais seres vivos.
Os efeitos finais dessa tragédia são difíceis de precisar neste momento. Isto porque os locais frequentados e que fazem parte do cotidiano têm a função de - além de acolher as atividades diárias - referenciar no espaço e no tempo, de maneira que fazem parte da identidade de cada um, constituindo-se na formação do eu e contribuindo para o bem-estar. Destarte, entende-se que a moradia, os locais de trabalho, de convivência, de lazer, sejam eles naturais ou construídos, bem como as redes comunitárias e a forma de sustento e trabalho dos indivíduos são elementos cruciais para a manutenção de sua saúde física e mental.
Sugere-se uma postura de cuidado, atentando que a repercussão midiática do desastre não contribua para o aumento do sofrimento dos envolvidos ao expor seu cotidiano e sua cidade. Evidenciar o ocorrido não deve se sobrepor a uma discussão ética sobre as consequências da função da mídia como comunicação social e promotora de desenvolvimento humano pois a busca por responsáveis não deve promover um maior sofrimento a essa população.
Os desastres de Mariana-MG e Brumadinho-MG evidenciam o erro na concepção de que o ambiente físico, principalmente o natural, deve ser manejado de acordo com interesses individuais de empresas, ignorante aos interesses coletivos de comunidades e à sensibilidade dos ecossistemas, contrariando a própria Constituição Federal. Os dois desastres trazem à tona a discussão de como integralizar interesses econômicos, sociais e ambientais de forma sustentável. Essa pauta deve ser parte de um processo de revisão do manejo ambiental e social para que outras tragédias não voltem a acontecer.
A ABRAPA declara seu compromisso em contribuir para uma sociedade brasileira com práticas ambientais e sociais sustentáveis e que leve em consideração a produção do conhecimento científico no processo de gestão.
04 de fevereiro de 2019
Diretoria ABRAPA